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  • outubro 4, 2022

Queda nos preços dos combustíveis faz custo de vida cair em São Paulo

Queda nos preços dos combustíveis faz custo de vida cair em São Paulo

Variação negativa impactou o orçamento das classes mais baixas

 

Embora esteja mantendo um patamar elevado no acumulado dos últimos 12 meses, o custo de vida das famílias na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) caiu pelo segundo mês consecutivo, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em agosto, houve deflação de 0,21% no índice – seguindo a queda de 0,18% apontada em julho pela pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Entidade.

O decréscimo tem explicação: a variação forte para baixo do grupo de transportes em agosto (-2,84%), na comparação com julho, ocasionada pelo reajuste nas refinarias dos preços de combustíveis. Só a gasolina caiu 10,6% nas bombas no mês passado, enquanto o etanol baixou 8,6%, e o óleo diesel – cujo preço incide na logística do País, na medida em que é o combustível utilizado por caminhões – perdeu 3,2% do preço que tinha em julho.


No entendimento da FecomercioSP, o ponto mais significativo dos dados são as retrações contundentes entre as classes mais desfavorecidas (D e E): -0,59% e -0,44%, respectivamente, em razão da queda nos preços dos combustíveis nas bombas dos postos.

Na análise entre os estratos sociais, nota-se que o custo de vida, ao longo do mês, caiu menos para os que ganham mais: -0,06% para a classe B, e -0,12% para a A.

Segundo a Federação, estas taxas indicam um alívio no bolso das famílias que foram mais impactadas pela inflação de produtos e serviços nos últimos anos. Mais do que isso, sinalizam uma recuperação gradativa da vida financeira de milhões de paulistanos – a qual pode ser comprovada, em outra frente, pelo aumento da oferta de vagas formais de emprego. Isso se vê, por exemplo, no fato de o acumulado dos últimos 12 meses (9,23%) estar na menor taxa desde junho de 2021. De janeiro para cá, a alta do custo de vida na RMSP é de 4,83%.

Queda nos combustíveis faz custo de vida cair em SP | Monitor Mercantil

A segunda maior retração, no mês, foi apontada no grupo de comunicação (-1,2%), afetada principalmente pela variação negativa dos planos de telefonia móvel. No entanto, o seu impacto é menor no resultado geral.

Chamam a atenção, ainda, a desigualdade na inflação e a deflação no grupo de alimentos e bebidas entre as classes sociais analisadas na pesquisa: em agosto, os preços destes itens caíram 0,37% para as famílias da classe E, enquanto subiram 0,55% para a classe A. Uma explicação possível é a retração nos preços de produtos que fazem parte da cesta básica, como o leite (-2,5%), o feijão (-5,9%) e o óleo de soja (-4,5%).

Varejo cai, serviços sobem
As quedas no custo de vida das famílias na RMSP se observam também no decrécimo de 0,75% do Índice de Preços no Varejo (IPV) de agosto, em relação a julho. Neste caso, os dois grupos que mais colaboraram para o resultado foram os de transportes (-4,3%) e de alimentação e bebidas (0,48%). Como já se viu, isso se explica pelas diminuições nos preços dos combustíveis, mas também de itens básicos de alimentação.

No acumulado do ano, o IPV registra alta de 6,2%, e nos últimos 12 meses, de 11,1%.

Na análise do índice, a variação negativa dos preços se seguiu maior conforme os estratos sociais: para a classe E, foi de -0,83%, enquanto para a classe A, a taxa foi de -0,47%.

Os serviços ficaram 0,38% mais caros em agosto, segundo o Índice de Preços de Serviços (IPS). No ano, já acumulam um aumento de 3,36%, impulsionados pelos grupos de transportes e de alimentação e bebidas.

Nota metodológica
CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

Sobre a FecomercioSP
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