- outubro 11, 2017
PMA recolhe tatu de 36 kg atropelado na rodovia
Campo Grande (MS) – Policiais Militares Ambientais de Bataguassu receberam na segunda-feira (9) um animal da espécie Priodontes giganteus (tatu-canastra). O animal, que está na lista brasileira de espécies em extinção, estava sendo sorrido por populares, em virtude de ter sido encontrado atropelado na rodovia MS 395, porém, chegou ao quartel já sem vida.
O animal, que pesa 36 kg, foi congelado e será recolhido para Campo Grande e será taxidermizado (empalhado) para ser utilizado em trabalhos de Educação Ambiental, em uma oficina denominada museu de fauna.
TATU-CANASTRA
O tatu-canastra é o maior e mais raro dos tatus vivos. Pode medir mais 1 metro de comprimento, com mais de 50 cm de cauda e pesar até 60 kg. As patas enormes possuem unhas possantes, sobretudo as anteriores, cuja unha central mede 20 cm de comprimento. Faz grandes buracos para se alojar. Revolvendo o solo, consegue alimento entre insetos, larvas, vermes, aranhas e cobras.
O tatu-canastra habita os campos e cerrados de todo o Planalto Central do Brasil e Floresta amazônica. Animais de hábitos noturnos são encontrados na vizinhança de riachos e lagoas, tendo a fêmea de 1 a 2 filhotes por parição. Por causa de sua carne saborosa e armadura resistente, hoje é raríssimo nas diversas regiões brasileiras onde ocorria.
TRABALHO DE TAXIDERMIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O trabalho de educação ambiental utilizando os animais é desenvolvido da seguinte forma: durante a visitação ao museu (estande), o policial ambiental, ou criança do Projeto Florentina, ministra palestra sobre os problemas relativos à fauna, tais como: atropelamento, tráfico, caça ilegal, pesca predatória, entre outros. Disserta também sobre a cadeia alimentar, a origem de cada animal que ali está, assim como a importância da conservação de cada um em seu habitat para manter o equilíbrio ecológico como: controle de pragas, doenças causadas pela ingestão da carne desses animais e dos riscos do contato em cativeiro, especialmente de doenças, visto que 75% das doenças inseridas nas populações humanas são de origem zoonótica.
A função principal do museu mostrando os animais taxidermizados é discutir os problemas que os levaram a estarem mortos ali e não natureza. Discutir o papel da fauna no equilíbrio das populações faunísticas, na dispersão da flora, bem como os problemas ambientais e econômicos das invasões e introduções de espécies, que são a segunda causa de extinção de espécies. Também o conhecimento da fauna é um fator importante para a audiência.
Além do museu, outros temas são discutidos em forma de oficinas, para que os estudantes entendam que o ambiente é um sistema e que todas as riquezas que existem do mundo são retiradas dele, além de tudo que bebemos, comemos, vestimos, etc. As outras oficinas didáticas são as seguintes temáticas:
1. Reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos.
3. Apresentação do teatro de fantoches, com peças sobre as questões ambientais, como: desmatamentos, incêndios florestais e resíduos sólidos, etc.
4. Ciclo da Água, com palestras sobre o ciclo, uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos.
5. Casa da Energia – Trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.
6. Plantio de mudas nativas, com palestra sobre flora (Desmatamento, erosão de solos, controle de poluição, assoreamento), preservação, conservação e uso racional dos recursos hídricos.
Ao final dos trabalhos são entregues aos professores, folhetos com os temas discutidos nas oficinas, para que eles deem continuidade às informações, por meio da Educação Ambiental formal. A idéia é que os alunos entendam que o ambiente é um sistema complexo e interativo, em que qualquer ente afetado, prejudica outros em cadeira, gerando desequilíbrios que vão interferir diretamente na qualidade de vida do ser humano.