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  • dezembro 22, 2022

Para evitar acidentes, Corpo de Bombeiros orienta sobre cuidados com piscina, rios e balneários

Para evitar acidentes, Corpo de Bombeiros orienta sobre cuidados com piscina, rios e balneários

Na época mais quente do ano, no roteiro da diversão quase sempre tem uma piscina, onde todo mundo procura amenizar o calor. Festas de fim de ano, confraternizações e férias escolares são o motivo ideal para que rios, praias e balneários façam parte do entretenimento. Apesar das orientações do Corpo de Bombeiros, muitos afogamentos ainda acontecem neste período do ano, por isso, todo cuidado sempre será pouco.

Neste ano, entre 1º de novembro e 13 de dezembro – pouco mais de 30 dias – o Corpo de Bombeiros já atendeu 8 ocorrências de afogamento em Mato Grosso do Sul, sendo quatro delas com óbito. No ano passado, entre 1º de novembro e 31 de dezembro foram 20 ocorrências, com 6 mortes. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2021 (1º de janeiro e 28 de fevereiro) foram 21 ocorrências por afogamento, no Estado, e cinco pessoas vieram a óbito.

Orientações

Sabendo que a cada três horas uma criança no país morre afogada dentro de casa, conforme dados da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Antonio Cezar Pereira, explica que crianças nunca, em hipótese alguma, devem ser deixadas sozinhas próximas de piscinas ou outros lugares com água.

“É preciso manter o contato visual durante todo o tempo que a criança estiver próxima da piscina. Inclusive, o uso de boias não exclui este contato visual. Pais precisam estar em estado de vigilância constante porque os acidentes acontecem, justamente, naqueles 30 segundos que a pessoa acredita que nada vai acontecer”, ressaltou o coronel.

O comandante alerta também as famílias que possuem piscina em casa e lembra que isolar o local é o melhor a ser feito. “É preciso criar obstáculos para evitar que a criança chegue próximo da piscina. Existem grades, lonas, cercas, e tudo isso é importante para evitar a proximidade”.

Outra dica que pode ajudar em casos de acidente é deixar objetos flutuantes dentro da piscina. “Se a criança cair, ela pode se agarrar a uma boia ou a um macarrão. Isso vale para crianças maiores que já tem um certo reflexo”, disse.

A rapidez no resgate pode ser crucial para que a vítima recobre a consciência. Sendo assim, o coronel Antonio explica que rapidamente o Corpo de Bombeiro deve ser acionado. “Neste tipo de ocorrência realizamos uma manobra técnica de respiração e o quanto antes ela for feita, mais chances a vítima tem de sobrevivência”.

Assim como o motorista da rodada, o coronel lembra que nas festas de fim de ano ou em outras confraternizações, é preciso que um adulto esteja de prontidão para tomar conta das crianças. “É importante que se tenha o ‘cuidador da rodada’, alguém que não irá consumir bebida alcóolica apenas para tomar conta das crianças”.

Outra preocupação é o uso do celular. “Muitos afogamentos acontecem com os pais ou responsáveis próximos à piscina. É um pequeno momento de distração e o celular é um dos campeões nesta situação”, alerta o coronel.

O zelo com as crianças deve incluir as mais velhas também para evitar outros tipos de incidentes, explicou o coronel. “Crianças e adolescentes costumam brincar, correr em volta da piscina e isso também pode gerar quedas e outros acidentes. Por isso é importante estar atento aos mais velhos”, esclareceu o coronel.

Balneários, Praias e Rios

Curiosamente, grande parte dos afogamentos em praias e rios são de pessoas que sabem nadar, segundo o Corpo de Bombeiros.

“Geralmente as pessoas querem atravessar o rio por desafio dos colegas ou por encorajamento próprio. Isso é altamente perigoso. A pessoa acha que tem capacidade física, mas muitas vezes já ingeriu bebida alcoólica, e, além disso, rios e praias são traiçoeiros. Não se deve arriscar, mesmo que se saiba nadar. Seja no rio ou no mar, o banhista deve se lembrar que debaixo d’água podem ter galhos, buracos, anzóis de pesca, coisas que podem ocasionar o afogamento”.

Nas praias movimentadas a sinalização indica o perigo da correnteza, mas em lugares mais afastados e desertos, essa sinalização pode não existir e a orientação do Corpo de Bombeiros é de alerta.”Além da sinalização não ser comum nestas praias mais afastadas, o fluxo reduzido de banhistas pode ser um problema se for necessário pedir socorro. Então, não entre em mares agitados”.

Outro alerta é sobre o salvamento feito nesses locais. “Em rios e praias o resgate só deve ser feito por pessoas que sabem nadar e que realmente estão preparadas para isso. Nesses casos, na maioria das vezes, a vítima tenta se agarrar na pessoa que esta tentando fazer o salvamento e os dois podem acabar se afogando. Quando não há alguém preparado para o resgate, tente jogar uma corda, uma boia ou algum objeto que flutue.  Do contrário, os dois podem morrer afogados”.

Já nos clubes, o profissional salva-vidas é obrigatório, o que, segundo o coronel, ajuda na proteção, mas não impede que acidentes aconteçam. “Mesmo em clubes as crianças devem sempre estar sob a supervisão de adultos”.

Brasil

Em 2019, de acordo com a Sobrasa, morreram no Brasil 15 pessoas por dia, o que representou 5,5 mil óbitos só naquele ano. De acordo com este mesmo relatório, 59% das mortes de crianças, na faixa etária de 1 a 9 anos, ocorrem em piscinas, especialmente em residências.

Já acidentes com crianças maiores de 10 anos e adultos acontecem com mais frequência em rios, represas e praias. Crianças que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em piscinas.

Ainda segundo dados da Sobrasa, o afogamento é a segunda causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos; a terceira causa de morte na faixa etária de 5 a 14 anos; e a 4º causa de óbito para adolescentes com idade entre 15 e 24 anos. Quase metade das mortes são registradas no verão, entre os meses de dezembro e março.

Luciana Brazil

Assessoria Sejusp

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