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  • março 27, 2017

Mato Grosso do Sul aposta no escoamento da supersafra para contornar crise

Num momento histórico para o agronegócio de Mato Grosso do Sul, com o recorde da safra de soja – perto de 8,5 milhões de toneladas em 2,5 milhões de hectares -, o Governo do Estado aposta no suporte à economia em tempos de crise. A ideia é garantir o escoamento, reduzir custos na movimentação interior dessa carga, com alternativas intermodais (rodo-ferro-hidroviário), e ganhos em competitividade no mercado internacional.

Para promover o desenvolvimento do setor, responsável pela sustentação do PIB (Produto Interno Bruto), paralelamente aos investimentos nos eixos da logística e da pesquisa, recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste) são viabilizados e liberados no tempo certo do plantio.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) falou desse cenário positivo para o Estado, na 12ª edição da Dinapec (Dinâmica Agropecuária), uma das maiores vitrines da tecnologia realizada na Embrapa Gado de Corte, e destacou a resposta do campo nos momentos de dificuldades com uma expressiva produção, que deve chegar a 18 milhões de toneladas de soja e milho.

De acordo Azambuja, Mato Grosso do Sul retomou sua posição de grande produtor de grãos, onde o emprego de novas tecnologias e investimentos privados e públicos em pesquisas têm mitigado os efeitos adversos do clima, incorporado novas áreas até então degradadas e gerado maior ganho em produtividade e qualidade dos alimentos.

“Apostamos em uma safra recorde e nos R$ 2 bilhões disponíveis no FCO para assegurar novos investimentos para este ano”, projeta Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico.

O secretario de Governo, Eduardo Riedel, ex-presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária), avalia que a contribuição do Estado vem ao encontro daquilo que o produtor mais precisa na supersafra, que é facilitar o transporte com menor custo e dar-lhe alicerce e garantias de crédito e conhecimento para que seja eficiente e produza cada vez mais.

“Não temos medido esforços no sentido de garantir trafegabilidade nas estradas estaduais e abrir novos caminhos para escoar essa produção, explorando outros meios em potencial, com as hidrovias”, pontuou.

Riedel citou a reativação em 2016, pelo Estado, do terminal portuário de Porto Murtinho, no extremo sudoeste, que tem se mostrado estratégico como porta de saída das exportações, sobretudo grãos, como destino aos mercados latinos, europeus e asiáticos.

Segundo o secretário, é prioridade é viabilizar esses eixos estruturantes, integrando rodovias, ferrovias e hidrovias, “tornando nossos produtos mais competitivos e, ao mesmo tempo, criando perspectivas sustentáveis para os corredores bioceânicos”.

Fundersul – De acordo com o governo, os recursos arrecadados com o Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário), estão sendo integralmente empregados na manutenção da infraestrutura rodoviária primária – estradas e pontes -, garantindo trafegabilidade em qualquer época do ano e, principalmente, o escoamento da produção agrícola e industrializados. Em 2015 e 2016, foram investidos R$ 869 milhões e, para este ano, estão previstos R$ 824 milhões.

No ano passado, o governo estadual realizou a manutenção permanente de 3 mil quilômetros de estradas não pavimentadas e a meta é chegar aos 5 mil quilômetros até o fim de 2017. Também com recursos do fundo, o governo executa 42 das 66 pontes de concreto lançadas em dezembro de 2016 pelo governador Reinaldo Azambuja.

O plano de aplicação do Fundersul para este ano, com projeção de arrecadação de R$ 824.095,400,00, destina maior parte dos recursos (R$ 388 milhões) para restauração, conservação e manutenção de rodovias estaduais. Outros R$ 200 milhões serão destinados às obras de pavimentação asfáltica, implantação de rodovias e restauração e drenagem urbana, em apoio aos municípios.

O governo aplicará ainda R$ 100 milhões na construção, reforma e manutenção de pontes, projetos executivos, fiscalização e equipamentos.

Com mais de 95% da safra recorde de soja colhida, a movimentação dos grãos pelas estradas interiores segue dentro da normalidade em direção aos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC).

Esse fator, na avaliação do secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, impacta na decisão do produtor na hora de apostar na integração lavoura-pecuária e em investir na expansão de seus negócios.

“Hoje não temos nenhum gargalo significativo que possa dificultar o escoamento desta safra”, destaca o secretário.

Lamas observou que o governo estadual também tem dado suporte a esta revolução tecnológica que ocorre no campo, onde, além de driblar as adversidades climáticas – os chamados veranicos -, o produtor tem incorporado áreas degradadas com excelente produtividade, consorciando grão-boi-florestas.

Os recursos aplicados este ano em pesquisa, pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia) e Fundems (Fundo de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja), somam mais de R$ 5,8 milhões. Mais conhecimento incorporado ao sistema produtivo.

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