- setembro 5, 2024
Hortas escolares são reativadas por meio de parceria entre IFMS e Prefeitura de Ponta Porã
Por meio de uma parceria entre o Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e a Prefeitura Municipal, desde agosto do ano passado diversas hortas escolares têm sido reativadas no município. A iniciativa envolve um esforço colaborativo para transformar espaços subutilizados em locais produtivos e educativos.
Até agora, são participantes do projeto a Escola Municipal Manoel Martins, Escola Polo Municipal Marcondes Fernandes Pereira e a Escola Profª Conceição Capiberibe Saldanha, além da Escola Municipal Dora Landolfi, localizada no distrito de Sanga Puitã.
Nessas unidades, áreas anteriormente destinadas a hortas, mas que estavam abandonadas, passaram por um processo de revitalização, como capina e limpeza do local, preparação do solo e de canteiros, adubação, além do plantio e cultivo de diversas hortaliças, dentre as quais alface, rúcula, rabanete, couve, cebolinha e salsinha.
Em média, são colhidas 200 hortaliças por semana em cada uma das escolas participantes, o que contribui significativamente para a merenda escolar. Além disso, elas são distribuídas entre os participantes do projeto, quando há produção excedente.
De acordo com Direção-Geral do Campus Ponta Porã, a parceria funciona da seguinte maneira: a Prefeitura é responsável pela compra dos materiais e insumos, e pelo pagamento de bolsas aos estudantes do IFMS estagiários do projeto. Já o IFMS, além dos estagiários, oferece o apoio técnico e maquinários, como trator.
O acompanhamento é realizado pelo técnico de Laboratório Agropecuário do IFMS, Luis Vitor de Oliveira, que supervisiona as hortas, orientando e garantindo que as práticas agrícolas sejam executadas de forma eficiente e sustentável. Além disso, outros técnicos do campus fornecem suporte necessário e orientações ao longo do processo.
“A implementação do projeto vem da necessidade de promover a educação ambiental e a segurança alimentar nas comunidades urbanas de Ponta Porã, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do ambiente nas comunidades envolvidas, promovendo uma alimentação mais saudável e o contato direto com a natureza”, explica Luis Vitor.
Para o técnico, todos os participantes do projeto aprendem coletivamente.
“A participação direta no planejamento, preparo do solo, plantio e manutenção das hortas fomenta o compartilhamento de conhecimentos e experiências entre os participantes, criando uma rede de aprendizado colaborativo.
Bolsistas – Atualmente, são sete acadêmicos da Agronomia recebendo bolsas da Prefeitura no valor de R$ 850 como estagiários do projeto. Os estudantes cuidam das hortas, com irrigação, capina manual, identificação de insetos e doenças, e ainda orientam alunos e professores das escolas nas práticas de plantio e colheita.
A acadêmica do 4° semestre do bacharelado em Agronomia, Tainara Ramires Cardoso, 27, é uma das bolsistas do projeto. Há um ano, atua na Escola Municipal Manoel Martins. Decidiu participar para adquirir conhecimento na área, ganhar prática e aumentar a interação com os alunos.
“Estou aprendendo o manejo com a horta, colocando em prática a adubação, controle de pragas e doenças. É importante levar aos alunos as práticas de plantio e colheita, mostrando a importância da sustentabilidade e do cultivo de alimentos orgânicos, e promover hábitos mais saudáveis na alimentação deles, estimulando a prática sustentável dentro e fora da escola”,comenta.
Hortiterapia – Além das quatro escolas já citadas, o Campus Ponta Porã também desenvolve desde abril o projeto ‘Hortiterapia: uma proposta de inclusão reversa’, no Centro de Educação Infantil (CEINF) Elpídio Pellufo.
A coordenadora do projeto, servidora Tania Fujii, explica que a hortiterapia é uma abordagem inovadora na educação infantil.
“Ela promove o contato das crianças com a natureza, desenvolvendo habilidades socioemocionais, cognitivas e motoras. Permite que todas participem ativamente do aprendizado, valorizando a diversidade e a cooperação. Ao trabalhar com a terra e explorar cores, formas e texturas, elas constroem o conhecimento de forma prática e interdisciplinar, fortalecendo a consciência ambiental e social desde cedo”, aponta Tania.
O projeto atende crianças de até quatro anos. A inclusão reversa, nesse contexto, refere-se à inclusão de crianças com diferentes habilidades e necessidades, incluindo aquelas com deficiências, em um ambiente onde todos podem se beneficiar mutuamente, aprendendo uns com os outros em um contexto inclusivo.
“A linguagem utilizada é muito simples, as atividades são realizadas por meio de uma referência e modelo. Fazemos primeiro e depois as crianças fazem, adquirindo autonomia e independência. Além da experiência cognitiva e motora, vemos que elas começaram a apreciar as hortaliças na alimentação escolar, então a horta é um enriquecedor nutricional”, finaliza.
Parceria – O diretor-geral do Campus Ponta Porã, Izidro de Lima Junior, reconhece a importância de iniciativas como essa, não só para o próprio IFMS, mas também para toda a sociedade.
“As parcerias são fundamentais para que possamos estabelecer relações com os setores público e privado, e para que nossos servidores e estudantes possam desenvolver seus projetos. Também é muito importante para as crianças terem esse contato com a terra, começarem a ver que uma planta precisa de cuidado todo dia, e assim vão entender como é árdua a produção de alimentos”, avalia o diretor-geral.
O diretor também aponta o apoio fundamental, para o desenvolvimento dos projetos, do Comitê Intersetorial de Políticas Públicas Social e de Desenvolvimento de Ponta Porã, órgão criado para promover a integração e coordenação entre diferentes setores da administração municipal, com o objetivo de formular, implementar e monitorar políticas públicas voltadas para o desenvolvimento social e econômico da cidade.
Fonte: https://www.ifms.edu.br/