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  • dezembro 21, 2017

Embrapa discute características da produção alimentar fronteiriça

Aproximação com instituições bolivianas busca fortalecer atividades produtivas nos dois países

 
 

 

 

Nicoli Dichoff - Aproximação com instituições bolivianas busca fortalecer atividades produtivas nos dois países

 

Durante o seminário internacional “Boas Práticas Pecuárias: desafio para o produtor”, sete representantes da chefia e equipe da Embrapa Pantanal realizaram palestras e reuniões com entidades relacionadas à pesquisa e atividades produtivas no país vizinho. O objetivo é fortalecer as relações entre os países e buscar uma agenda comum para a pesquisa e desenvolvimento produtivo – com ênfase, inicialmente, nas áreas da pecuária e agricultura familiar, que compartilham muitas semelhanças nas fronteiras.

O arranjo populacional internacional formado pelas cidades de Corumbá e Ladário no Brasil e Puerto Quijarro e Puerto Suárez na Bolívia é um dos cinco arranjos populacionais fronteiriços do estado de MS. Mais de 150 mil pessoas vivem na região, com cerca de 28 mil habitantes na Bolívia e 123 mil no lado brasileiro. Desses habitantes, mais de 86 mil trabalham e estudam nos municípios, com cerca de 4.300 se deslocando entre as cidades para tal. Os dados são do estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil (IBGE – 2016).

“As características de produção aqui (na Bolívia) se assemelham muito aos mesmos problemas e potenciais que nossas regiões do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm a oferecer. Assim, a nossa experiência em produção em larga escala de bovinos de corte poderá ser muito útil para a Bolívia poder se desenvolver, se tornar um mercado consumidor da nossa carne e um parceiro comercial importante”, cita o chefe-geral da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, no vídeo que aborda a aproximação entre a Embrapa e entidades bolivianas disponível em https://youtu.be/Cnfr_MTZ_0Q . 

O pesquisador da Embrapa Pantanal Alberto Feiden, um dos palestrantes do evento, ressalta a importância da aproximação entre os países em função das características peculiares da dinâmica de abastecimento alimentar existente na fronteira em Mato Grosso do Sul. “Esse arranjo está longe de tudo, tanto do lado brasileiro quanto do boliviano. No Brasil, temos 230 km até a primeira pequena cidade mais próxima de Corumbá, que é Miranda. Na porção boliviana, são 235 km de Puerto Suárez até Roboré, que é outra cidade pequena”.

Para Feiden, a grande interdependência entre os países no que diz respeito ao abastecimento alimentar exige a criação de mecanismos para que o comércio entre ambos possa fluir sem problemas. “A gente tem um gargalo que é a ponte rodoviária da BR-262 (principal acesso ligando Corumbá e Ladário ao restante do Brasil) ”. O pesquisador cita situações em que o abastecimento alimentar em Corumbá foi interrompido por mais de 15 dias, como dois acidentes com barcaças que bateram na ponte e duas greves de caminhoneiros.

“Os preços subiram em Corumbá e tivemos que contar com os produtos que vêm da Bolívia para passar por aquelas situações. Outra questão é a regulagem de preços. Em alguns episódios de escassez de abastecimento aqui no Brasil – como o caso do tomate em 2012 e o do feijão em 2016 – acabamos não sentindo muito porque esses produtos vieram da Bolívia e conseguiram equilibrar os preços”.

De acordo com o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia e Negócios, Thiago Coppola, a aproximação de instituições bolivianas beneficia não apenas o estabelecimento de políticas que regulem o comércio entre os países, mas também a possibilidade de se realizar convênios de cooperação técnica para produzir pesquisas, artigos científicos e projetos conjuntos que interessem tanto à Bolívia quanto ao Brasil. “Assim, abrimos um canal de diálogo para futuras parcerias. Essa troca pode contribuir para o fortalecimento simultâneo do agronegócio”.

O seminário internacional “Boas Práticas Pecuárias: desafio para o produtor” foi realizado por meio de parcerias entre a Embrapa Pantanal, Secretaria de Desenvolvimento Produtivo do Governo Departamental de Santa Cruz – Bolívia, Centro de Investigação Agrícola Tropical (CIAT), WWF – Bolívia, Universidade Evangélica Boliviana (UEB) e Universidade de Aquino Bolívia (Udabol) com o apoio da Federação de Criadores de Gado de Santa Cruz (Fegasacruz), Associação Boliviana de Experimentação Agropecuária (AB-Crea) e Union Agronegócios.

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