- junho 5, 2017
Em fazenda, genro fez reforma em capelinha que guarda memórias da família
Capela com quadros restaurados, passou por reforma e tem histórias da família. (Foto: Arquivo Pessoal)Foi uma surpresa para Rogério entrar na capela que até parece pequena, mas guarda bem as memórias da família há mais de duas décadas. Na fazenda São Manoel Martins, em Maracaju, as cores vivas e as imagens pelas paredes dão vida a um lugar que estava desbotado e escuro.
Até poucos meses, a capela com 1,5m de altura não tinha motivos para abrir as portas. Construída pelos primeiros donos, os avós da esposa do gestor de logística Rogério Medeiros, o lugar tem um significado especial para quem vive na fazenda. Por isso, ele se debruçou silenciosamente em uma pesquisa para restaurar e pintar a capelinha.
“A capela é quase um hábito em fazendas e tem muita gente envolvida emocionalmente com ela. Geralmente, quando as pessoas começam a crescer na vida, se apegam a coisas tão materiais que esquecem de algo simples que carrega um valor familiar. Os avós da minha esposa, Abadia e Agenor, eram muito católicos e por isso acredito que a história da família precisa continuar sendo cultivada”, explica Rogério.
A reforma foi feita em nome de todos que moram ou se envolvem com o lugar de alguma maneira. Há 20 anos, quando foi construída, serviu para orações de muitos trabalhadores que passavam dias levando a boiada.
“Nos tempos mais antigos em que a fazenda era só pecuária, toda vez que eles saiam para uma comitiva, esse avô acendia um maço de velas para São Sebastião na esperança de proteção para boiada e os trabalhadores. Era ritual passar na capela antes de qualquer saída”, conta.
Por isso, além da paredes pintadas, Rogério restaurou quadros e buscou imagens de santos, como de Nossa Senhora da Abadia e São Sebastião, para decorar a capela.
O espaço para orações agora também tem um altar com objetos que fazem parte da história dos peões da fazenda. “É uma homenagem aos trabalhadores rurais. A enxada e a matraca fazem parte das pessoas e por isso tem um grande significado de força para quem passa ou já passou por aqui”.
Trabalhando há um ano e meio na fazenda, Rogério espera ansioso a chegada dos familiares que ainda não viram o capela. “No último fim de semana eu convidei o padre de Maracajú para dar uma benção ao lugar. Mas os pais da minha esposa ainda não presenciaram como tudo ficou.”, diz.
Simples, a capela tem estrutura para poucas pessoas, mas agora vai servir especialmente para quem busca um pouco de paz e fé. “Sempre fazemos passeios pela região e quem conhece a fazenda se surpreende com a capela. Além de guardar uma página da história da família, vai servir para quem busca um pouco de tranquilidade, através das orações e da reflexão”, acredita.
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