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  • novembro 3, 2017

Em clima de quintal, encontros têm samba de gafieira com energia super carioca

 Samba rola a noite em eventos do Clube da Gafieira MS. (Foto: Thailla Torres)

Samba rola a noite em eventos do Clube da Gafieira MS. (Foto: Thailla Torres)

Parada em frente a uma casa, na rua Ana América, você fica em dúvida se existe um samba de gafieira ali mesmo. O lugar parece uma residência como todas da região, mas lá dentro, impressiona. Como o Lado B sempre busca um lugar diferente nesta cidade, resolvemos conhecer a “Noite Carioca”, evento que reúne gente disposta a colocar todo mundo para dançar.

Você paga R$ 5,00 na entrada e fica à vontade para levar os comes e bebes para compartilhar com quem aparecer. Do lado de fora, as cadeiras são só um pretexto para dar início à conversa da noite, mas lá dentro é onde tudo acontece.

Quem vai pela primeira vez se surpreende com o requebrado capaz de deixar convidado de queixo caído. Uma diversão que acontece graças a iniciativa do Clube da Gafieira MS, que tem 20 integrantes, a maioria alunos de várias academias de dança da cidade em busca de um espaço para se divertir. 

Ambiente simples e confortável. (Foto: Thailla Torres) Ambiente simples e confortável. (Foto: Thailla Torres)

“Só 2% da população de Campo Grande dança gafieira, então tem muita gente ainda pra aprender”, justifica a contadora Mayara Matoso, de 31 anos.

Hoje, apaixonado pelo samba, o professor Caio Vilela Miranda, de 21 anos, quer aproximar todo mundo do samba. “A gente começa a viajar e descobre um mundo lá fora. E a energia do samba é algo tão natural no Rio de Janeiro, que ninguém se intimida em sair do trabalho e ir direto para a gafieira. Aqui a gente precisa incentivar essa cultura e mostrar que a dança está sempre de portas abertas”, justifica.

O desejo é apoiado pelo amigo, o bancário Thiago André Moreira Silva, de 33 anos, que conheceu a dança durante uma fase difícil da vida. “Mudou a minha vida, pesava 30kg a mais e hoje o samba me salvou”, afirma.

E não foi diferente com Caio que superou uma desilusão amorosa depois de começar a dançar. “Eu levei um pé na bunda e isso prejudicou meu convívio social, era tímido com as pessoas. Então comecei para conseguir me aproximar e acabei me apaixonando”, descreve.

Por isso a gafieira é um cenário de encontros, pelo menos foi assim para a acadêmica de psicologia, Natalia Freitas Alves, de 19 anos. “Danço desde os 14 anos, em uma época em que minha mãe saía muito para dançar e eu comecei também. Não consegui mais parar”.

Os eventos são divulgados no Facebook. (Foto: Thailla Torres) Os eventos são divulgados no Facebook. (Foto: Thailla Torres)

De tão intimista e democrática, a casa atrai jovens e adultos que sentem a liberdade do lugar. “No Rio de Janeiro é muito comum a mulher convidar um homem para dançar e aqui isso ainda é muito restrito. A gente quer mostrar que independente se é homem ou mulher, qualquer um pode dançar ou fazer o convite, que é sempre muito bem vindo”.

E no que parece difícil, basta um pouco de paciência. “Realmente, não é fácil, mas o samba te envolve. Ele é como um caldo da cultura, com influências de outros estilos, por isso ele é único e completo. E cada samba dita o ritmo da dança”, pontua Thiago.

Isso prova que não é preciso ter samba no pé para arriscar uma dança, inclusive, quem assume o desajeito com os passos, acaba surpreendido com a gentileza de um convite para dançar. Um jeito natural capaz de deixar qualquer pessoa sem experiência entusiasmada pela dança.

Quem tiver interesse em participar dos eventos, pode acompanhar o Clube da Gafieira MS pelo Facebook.

 

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