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  • novembro 8, 2017

Devastação do Pantanal representa custo de R$ 19 milhões por ano

 Pantanal de Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/WWF)

Pantanal de Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/WWF)

O avanço do desmatamento no Pantanal representa alto preço: são R$ 19 milhões por ano ou a média de R$ 1,58 milhão por mês. O cálculo, da WWF-Brasil, considera que 18% da planície pantaneira estão desmatadas e cada hectare tem custo médio de R$ 24 mil ao ano. O dado foi apresentado nesta quarta-feira (dia 8), em São Paulo, durante evento, organizado pela ONG devido ao Dia do Pantanal, comemorado no próximo domingo (12).

O cenário resulta, sobretudo, da pecuária bovina extensiva, segundo o coordenador Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, Júlio César Sampaio. “Isso é terrível porque estamos reduzindo a quantidade das populações animais e vegetais podendo haver um sério risco em extinções de espécies, com a perda da biodiversidade e ainda afetando processos que garantem a disponibilidade de água para as populações “, afirmou.

Durante o evento, especialistas em conservação ambiental falaram sobre conservação da fauna e da flora, economia, cultura pantaneira. O problema do desmatamento exige, na avaliação da doutora em Direitos Humanos e Meio Ambiente, Marli Deon Sette, rever a exploração econômica do Pantanal. “É necessário deter o desmatamento no Pantanal por meio de mecanismos econômicos que inibam produções, como a monocultura da soja, a construção de hidrelétricas e o uso de agrotóxicos”, considerou.

Para Marli, o Brasil também precisa criar mecanismos para remunerar os proprietários que preservem as riquezas naturais. “Temos que demonstrar que é economicamente mais vantajoso para os proprietários das terras manter a mata do que retirá-la. Um desses mecanismos deveria ser o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)”, propôs.

Júlio César Sampaio reforça que o retorno econômico é maior com a preservação. “O Pantanal fornece aproximadamente R$ 560 bilhões ao ano em serviços ambientais para todo o planeta. Isso seria o que o bioma provê de água, solos produtivos, ar de qualidade, diversidade de peixes, regulação do clima para o globo”, afirmou.

“Esse valor econômico do Pantanal não é considerado nas análises de viabilidade de grandes projetos de infra-estrutura, como por exemplo hidrovias e Pequenas Centrais Hidroelétricas que podem causar impactos ainda não compreendidos a todo o ecossistema”, completou.

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