- junho 26, 2023
Corrida sucessória na fronteira pode ter disputa polarizada
A projeção do PSDB tinha como lógica para seu otimismo a força política, eleitoral e estrutural do partido, que tem nas mãos o governo do Estado desde 2015, a maioria dos prefeitos e dos vereadores. A partir daí o tucanato passou a cogitar um cenário de hegemonia que pudesse facilitar a cooptação de outras forças e, assim, desestimular a concorrência na corrida eleitoral, ao menos tirando do páreo candidaturas competitivas. No entanto, as coisas mudaram.
Ainda favorito, Eduardo Campos vê cada vez mais difícil construir uma chapa das mais fortes, não propriamente única, porém eleitoralmente demolidora. Isto porque o seu campo de atração política e ideológica não seduz expressivos segmentos da esquerda, especialmente o PT. E é deste partido que deve surgir um nome para polarizar o confronto. Ponta Porã está nessa trilha, assim como na sucessão presidencial, quando Lula e Bolsonaro tiveram mais de 91% dos votos no primeiro turno, mesmo com pulverização de candidaturas – havia outras 10.
MONTAGEM
Se o PSDB já tem sua aposta definida e Campos faz as lições de casa para chegar bem no ano eleitoral, o PT prepara com cuidado a montagem de seu mosaico. Os concorrentes que estão sendo definidos apontam para a cabeça-de-chapa o vereador Edinho Quintana. Para vice, um empresário: Carlos Bernardo. Sua escolha contemplaria o eleitorado de centro ou mais conservador que não queira apoiar o projeto de reeleição do prefeito. Esta solução tem efetivo peso político e eleitoral, com apoio do superintendente regional do Incra, o ex-vereador Paulinho Roberto Silva.
De acordo com análises de políticos e da imprensa pontaporanense, os tucanos locais vão investir na tentativa de fechar o cerco para diminuir ao máximo a pulverização de candidaturas, sabendo que esgotam-se as chances de chapa única para reeleger Campos. Houve um período em que esta saída chegou a ser buscada, dentro das boas relações entre o prefeito e lideranças petistas. Mas a ideia não prosperou no aspecto eleitoral.
Comenta-se que o PSDB de Campos está procurando compor com partidos como o PP, PL e MDB, inclusive para oferecer a vaga de vice na chapa. Entre os emedebistas, em especial no bloco dos militantes históricos, não há consenso para esse “casamento”. Mas quem deve bater o martelo é o seu maior líder, o ex-governador André Puccinelli, que anda em boa sintonia com os tucanos, principalmente o ex-governador André Puccinelli.