- setembro 8, 2023
Brasil – Corda se rompe durante resgate aéreo no RS e mulher morre
Ciclone já matou 39 pessoas no sul do Brasil
Maria da Conceição Alves do Rosário, de 50 anos, morreu na 3ª feira (5.set.23), durante uma operação de resgate do Batalhão de Aviação da Brigada Militar na região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. Os militares estão resgatando pessoas ilhadas pelas enchentes provocadas pelo ciclone extratropical que atinge o estado. Durante o resgate de Maria, no entanto, a corda de aço que fazia o içamento do PM e dela, se rompeu e eles caíram de uma altura de 20 de metros.
De acordo com o governador do Estado, Eduardo Leite, Maria não resistiu. O PM identificado como sargento Augusto, foi levado em estado grave para um hospital da região.
Nesta 5ª (7.set), a Brigada Militar afirmou num post na rede social oficial do Batalão, que o sargento, identificado com Augusto, passou por cirurgia e permanece internado. “Foi constatada uma fratura de vértebra torácica sem deslocamento, pneumotórax bilateral e fratura de mandíbula”, detalhou a corporação.
O militar deu entrada no Hospital Bruno Born, de Lajeado, em estado gravíssimo. A corporação esclareceu que as aeronaves são submetidas a uma rigorosa vistoria antes de cada voo, e que as circunstâncias do ocorrido serão apuradas pela perícia.
O BM lamentou a tragédia ocorrida e ressaltou que vai prestar suporte à família da vítima e ao militar.
O marido de Maria informou nas redes detalhes sobre o sepultamento dela: “Informamos àqueles que querem prestar uma última homenagem a minha amada esposa Maria da Conceição Alves da Silva, que o velório será feito amanhã dia 06 e o sepultamento será realizado na Huwe Serviços Funerários (Av. Benjamin Constant, 4180 – Montanha, Lajeado – RS), das 07:00 às 10:00 horas, após iremos até Venâncio Aires para cremação.
Desde já agradeço as palavras e carinho de todos”, escreveu Presença Silva.
MORTES CAUSADAS PELO CICLONE
Na noite da 4ª feira (6.set.23), Leite havia confirmado 37 mortes provocadas pelo ciclone. “Quando tivemos o ciclone [extratropical] há dois meses, tivemos 16 mortes e, tinha sido o maior número de mortes em evento climático no estado. [Agora] a gente já tem, até aqui, 37 mortes”, lamentou.
ATUALIZAÇÃO DE MORTES E RESGATADOS
Nesta 5ª (7.set) o número de mortes saltou para 39. Confira abaixo o balanço da Defesa Civil até as 12h desta 5ª sobre os mortos identificados por cidades afetadas:
Óbitos: 39
- Cruzeiro do Sul: 4
- Encantado: 1
- Estrela: 2
- Ibiraiaras: 2
- Imigrante: 1
- Lajeado: 3
- Mato Castelhano: 1
- Muçum: 14
- Passo Fundo: 1
- Roca Sales: 9
- Santa Tereza: 1
Desaparecidos: 9 (todos em Muçum) – informação referente às 7h, pois os dados estão sendo atualizados com as forças de resposta que atuam nos locais de desastre.
Pessoas resgatadas: 2.745 – informação referente às 7h, pois os dados estão sendo atualizados com as forças de resposta que atuam nos locais de desastre.
- Municípios afetados: 80
- Desabrigados: 2.384
- Desalojados: 3.953
- Afetados: 62.708
- Feridos: 8
A tabela completa com o boletim atualizado está disponível neste link.
MUÇUM, A CIDADE MAIS AFETADA
A cidade mais afetada foi Muçum, na região central de RS, com 14 óbitos. Diante disso, hoje (7.set), o governador sudestino esteve na cidade ao norte do estado. Acompanhado pelo coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Luciano Boeira, e pelo namorado, Thalis Bolzan, Leite se reuniu com o prefeito Mateus Trojan e percorreu ruas da cidade. “Não faltarão recursos, nem financeiros e nem humanos, para a reconstrução dos municípios do Vale do Taquari. O governo está totalmente mobilizado nesse processo de recuperação das cidades e de auxílio a quem teve perdas humanas e materiais. Nós vamos colocar essa cidade em pé muito antes do que as pessoas imaginam”, afirmou Leite.
O governador informou ao prefeito a liberação de R$ 1,5 milhão em horas-máquina para auxiliar no trabalho de reconstrução, tanto em Muçum quanto em Roca Sales. Também reforçou o apelo para que apenas quem mora na cidade ou está envolvido nos reparos vá ao município. “A solidariedade do povo gaúcho é enorme e a gente vê isso todos os dias. Há um movimento muito forte de auxílio e apoio ao Vale do Taquari, mas pedimos que as pessoas interessadas em fazer doações concentrem a entrega desses materiais nos pontos de coleta. As cidades atingidas pela enchente estão em uma situação de calamidade, e o aumento da circulação de pessoas prejudica a reconstrução”, explicou.
O CICLONE EXTRATOPICAL
O evento climático severo atige o Rio Grande do Sul desde a 2ª feira (4.set), quando já haviam sido confirmadas seis mortes em cidades do norte gaúcho.
As equipes de resgate continuam trabalhando para atender as vítimas e reparar os danos causados pelo ciclone, que também deixou centenas de pessoas desabrigadas e muitas regiões sem energia elétrica.
CICLONE EM JUNHO
Em junho desse ano, a passagem de um ciclone extratropical deixou 16 mortos e estragos em 40 cidades. Os óbitos se concentraram em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e no Litoral.
O governo, na época, informou que a tragédia havia sido o pior desastre natural já registrado no estado.