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  • julho 3, 2023

Produtores rurais unem forças na compra coletiva de insumos para enfrentar baixa na arroba

Produtores rurais unem forças na compra coletiva de insumos para enfrentar baixa na arroba

Grupos de compra coletiva trazem além de preços atrativos, o acompanhamento técnico para os produtores

 

Com um cenário atípico e valores da arroba chegando ao patamar de R$230 em quase todas as praças brasileiras, o mercado pecuário no país segue instável. Com o baixo valor pago pelo frigorífico aos pecuaristas, dificilmente a conta fecha. Diante desse desafio, crescem movimentos que facilitam a compra de insumos por valores abaixo dos praticados, chamados de grupos de compras.

A Associação de Produtores do Novilho Precoce de Mato Grosso do Sul criou essa iniciativa visando diminuir os custos e manter a qualidade do produto produzido por seus associados. Para o superintendente da Associação, Alexandre Guimarães, essa tem sido uma importante solução para o pecuarista manter seu ritmo de compra.

“Esse ciclo de baixa e alta da arroba é conhecido do pecuarista, mas se o produtor se prepara e se previne adquirindo os insumos, como sêmen, nutrição animal e herbicidas, a um custo menor, a conta pode ser fechada de forma mais eficiente. Por isso, criamos esse grupo de compras, para que nossos associados possam ter acesso a melhores negociações e descontos que impactam na receita, especialmente nesse momento de baixa”, explica Guimarães.

Para as empresas, fazer parte do grupo também é vantajoso, pois aproxima o produtor rural e, além disso, cria-se um ambiente de fidelização que é fundamental em momentos em que o setor enfrenta dificuldades de sustentação.

“É a possibilidade de unir pessoas com diferentes propósitos de produção e conseguirmos, mesmo sendo um grupo de compras grande, direcionar objetivos de acordo com o sistema de produção de cada um. Assim, traçamos estratégias que tragam rentabilidade para o produtor, ajustando as condições comerciais e pensando na produção de um gado que estará em alta de acordo com o ciclo pecuário, ou seja, produzir o bezerro agora que terá uma grande expectativa de preço em 2025”, pontua Thalles Cardoso, médico veterinário e consultor técnico comercial da Berrante Genética/Alta Genetics.

Além do preço, outra vantagem que chama a atenção é a supervisão técnica. O gerente da Fazenda São João da Papaiz, na cidade de Ribas do Rio Pardo, Dirceu Silvestre da Silva, afirma que esse acompanhamento auxilia na tomada de decisão, o que é fundamental para a efetividade dos resultados.

“Além do preço, esse acompanhamento técnico nos ajuda a decidir qual tipo de sêmen usar, qual protocolo adotar, acompanhamento na inseminação, então tudo isso influencia na compra e, além disso, são empresas de referência no mercado, o que torna o grupo ainda mais vantajoso”, enfatiza Silvestre.

Para se aproximar dos produtores, a Associação tem ido até os Sindicatos Rurais e promovido palestras explicativas sobre o funcionamento do grupo e a importância de ter acesso a preços mais baixos. Um desses momentos aconteceu em Camapuã, a capital do bezerro de qualidade e uma das grandes praças da pecuária de cria do Estado.

“Nós, como Sindicato, precisamos trazer informações aos produtores. Somos demandados para isso. Por isso, esse tipo de parceria é importante e, mais ainda, essa iniciativa auxilia o produtor em todos os sentidos: tanto na parte técnica, fundamental para obter melhores resultados, como na negociação, o que é essencial em momentos desafiadores como o que estamos vivendo”, finaliza o presidente do Sindicato Rural de Camapuã, Toninho Silvério.

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