- novembro 17, 2022
Luta antirracista e pela equidade precisa avançar nas redações brasileiras / Abraji registra 385 bloqueios de autoridades a jornalistas no Twitter
Após a realização do censo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, de 2021, do Projeto #diversifica e da parceria editorial com a Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, ambos de 2022, J&Cia dedica este seu especial sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20/11, à saga dos negros e negras no jornalismo brasileiro ao longo da História, desde os que iniciaram essa jornada de lutas, sacrifícios, desafios e conquistas, séculos atrás, até os que hoje dão continuidade ao esforço de seus antepassados, buscando avançar no equilíbrio racial das redações do País.
É um trabalho autoral do paraibano Assis Ângelo, colaborador deste J&Cia há quase uma década, que ficou cego em 2013 em decorrência do descolamento da retina em ambos os olhos. Assis foi o mentor do especial sobre o centenário de morte do jornalista negro João do Rio, celebrado em junho de 2021, que à época também rendeu um especial deste J&Cia, na celebração do Dia da Imprensa. Além disso, os textos de Assis, sejam em prosa ou poesia, sempre se mostram atentos e reservam aos negros um lugar especial, no blog que leva seu nome e que ele atualiza diariamente ou em trabalhos editoriais, literários e musicais produzidos ao longo de sua profícua carreira. Confira a partir da pág. 2.
Levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 385 bloqueios de autoridades públicas brasileiras a profissionais de imprensa até 11 de novembro. O monitoramento, realizado desde setembro de 2020, mostrou que ao menos 192 jornalistas foram impedidos de acessar contas de parlamentares, ministros, prefeitos e/ou do presidente da República.
O presidente Jair Bolsonaro lidera o ranking como autoridade que mais bloqueou jornalistas no Twitter, com 104 restrições. Em segundo lugar está Mário Frias, ex-secretário especial da Cultura, com 43 bloqueios. Em seguida aparece Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, com 42. Somados, os vetos dos três representam 49% do total de bloqueios.
Só em 2022, foram 36 bloqueios a profissionais de imprensa. A maioria dos jornalistas relatou que o veto foi motivado por questionamentos e críticas que fizeram às autoridades.
Boa leitura!