Uma análise feita pelo Sebrae a partir de dados do Ministério da Economia mostra que 38% das 25 mil empresas brasileiras que exportam são pequenos negócios. Apesar de uma participação numericamente significativa, essas empresas respondem por menos de 1% do total de valores negociados pelo país. A explicação por trás desses dados é que mais de 60% das exportações de bens industriais das MPE concentram-se em produtos de baixa tecnologia agregada ou itens não industrializados.
Para aumentar a participação dos pequenos negócios brasileiros na pauta das exportações, o país precisa investir na cultura da exportação, criação de novas empresas de base tecnológica e no estímulo à inovação dos pequenos negócios a fim de aumentar sua competitividade e produtividade a níveis internacionais. Isso permitirá o surgimento de mais e melhores empresas, empregos mais qualificados e com maior remuneração, além de uma elevação do PIB e das exportações, melhorando a renda e a qualidade de vida da população.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, inovar não é mais uma questão de escolha, mas um pré-requisito para a sobrevivência de pequenas empresas. “Em um cenário de constantes mudanças, no qual os mercados são altamente globalizados e competitivos, é preciso que as empresas saibam como se adaptar para seguir adiante”, comenta. “Empresas que inovam crescem mais, mantêm-se alinhadas às novas tecnologias e tendências, reduzem custos, aumentam a produtividade, otimizam processos, melhoram a relação com clientes, entre outros avanços”, acrescenta Melles.
Ainda segundo o presidente do Sebrae, é importante lembrar que, atualmente, a inovação e a sustentabilidade devem sempre caminhar juntas. “Não tem como pensar em inovação sem levar em conta os seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a situação do nosso planeta e, consequentemente, atentos ao que as organizações têm feito e desenvolvido para se tornarem mais sustentáveis”, destaca. Empresas que utilizam a inovação a favor da sustentabilidade ganham em eficiência, reduzem custos e se tornam muito mais competitivas.
Sebrae nas Eleições
Neste momento em que os holofotes da mídia e os olhares dos eleitores brasileiros estão voltados para as propostas de políticas públicas feitas pelos candidatos, em nível estadual e federal, o Sebrae lançou a campanha “Quem apoia os pequenos negócios, apoia o Brasil” voltada a enfatizar para a população a importância das micro e pequenas empresas para a economia do país e para a sociedade. Paralelamente, a instituição formulou um documento onde reúne um conjunto de propostas para 10 temas considerados mais estratégicos para as MPE, entre eles a necessidade de fomentar a inovação.
Confira abaixo algumas propostas do Sebrae para os presidenciáveis sobre essa agenda prioritária para os pequenos negócios:
- Destinar e/ou incentivar a utilização de mecanismos de financiamento de operações de comércio exterior pré-embarque, embarque e pós-embarque, além de seguros de carga/operações.
- Compatibilizar portarias, instruções normativas do poder executivo com a legislação do Simples Nacional
- Destinar um maior volume de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), sob gestão da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), para bolsas, bônus tecnológico e subvenção econômica a projetos de inovação e tecnologias aplicadas oriundas de universidades e centros de pesquisa.
- Destinar recursos dos fundos constitucionais de financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (FNO, FNE, FCO) e Fundo de Desenvolvimento da Amazônia para inovação, como bioeconomia/ biotecnologia na Amazônia, energias renováveis no Nordeste, e agrotecnologias no Centro-oeste.
- Identificar e fomentar a formação de novas Indicações Geográficas (IG) brasileiras.
- Regulamentar o capítulo “Do Estímulo à Inovação”, da LC 123, para garantir o acesso dos pequenos negócios aos centros de conhecimento, linhas especiais de financiamento e demais programas de apoio, bem como atingir a meta de investimento de 20% em PDI por entidades públicas.
- Apoiar incubadoras e aceleradoras de empresas com foco em ciência, tecnologia e inovação. Incentivar também a criação de condomínios empresariais e parques tecnológicos no país.
- Incentivar a criação e operação de fundos de investimentos públicos, privados e mistos dedicados a financiar e/ou capitalizar pequenos negócios com foco em ciência, tecnologia, inovação e sustentabilidade.
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