- junho 20, 2017
Queimadas no Pantanal são naturais mas consumiram 63 km² em 2016
Estudo inclui áreas pantaneiras afetadas pelo fogo para descobrir lógica do ciclo de queimadas no bioma (Foto: Sandra Santos/Embrapa Pantanal)As queimadas destruíram 63 quilômetros quadrados de vegetação no Pantanal brasileiro durante 2016, segundo estudo desenvolvido pela ONG (Organização Não Governamental) WWF Brasil em parceria com a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). O levantamento foi feito com base em imagens de satélite disponibilizadas pela Nasa (Agência Espacial Americana), no período de julho e agosto de 2016, época de seca.
Sob a coordenação do geógrafo mestre em desenvolvimento local Fábio Ayres, foram mapeados o uso e cobertura do solo em toda a extensão da porção do bioma localizada no país, que representa 62% de todo o complexo também localizado no Paraguai e na Bolívia.
De acordo com o engenheiro florestal Cássio Bernardino, analista de conservação da WWF, a bacia pantaneira inteira tem 2015 quilômetros quadrados, o que significa que 29% da área foi consumida pelo fogo durante o ano passado.
Alguns pesquisadores afirmam que as queimadas no Pantanal são processos muitas vezes naturais necessários para a germinação de algumas sementes e renovação das plantas típicas no bioma. Nesse sentido, incluir as áreas afetadas pelas chamas no estudo teve o objetivo de gerar subsídio para compreender a lógica desse fluxo.
“O Pantanal tem uma dinâmica natural de incêndio. Temos que entender se o fogo está atrapalhando ou não. Começamos a abordar isso agora para desenvolver uma série histórica”, pontua o engenheiro ambiental.
Preservação – A pesquisa também apontou que 392 mil hectares de vegetação estão degradadas no Pantanal brasileiro. Para recuperar, o país precisaria desembolsar R$ 3,9 bilhões, conforme a ONG.
Levando em consideração toda a área do bioma, 70% das áreas naturais estão preservados nos três países onde está localizado. Proporcionalmente o Brasil é o que apresenta menores índices de cuidado com as matas, já que apenas 59,7% estão intactos.
A pesquisa completa será apresentada ao governo de Mato Grosso do Sul em um evento nesta terça-feira (20) no auditório da instituição de ensino.