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  • novembro 3, 2017

Laika, a cadela sacrificada em nome da corrida espacial há 60 anos

 Aquela, no entanto, não seria a primeira experiência com bichos

Laika, a cachorrinha retirada das ruas de Moscou, se transformou há 60 anos no primeiro ser vivo a orbitar a Terra num voo histórico e sem volta na tentativa de abrir as portas do espaço à humanidade.

Havia passado apenas um mês desde o lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra, e os cientistas soviéticos estavam ansiosos para saber como um animal se comportaria, por exemplo, com a falta de gravidade, já que o objetivo era enviar o homem ao espaço.

Aquela, no entanto, não seria a primeira experiência com bichos. Os Estados Unidos já tinham usado um macaco e a própria União Soviética, um cachorro, só que em voos suborbitais.

Devido ao desenho do Sputnik 2, o cachorro deveria pesar de seis a sete quilos, ter não mais do que 35 centímetros altura, ser vira-lata – os de raça teriam menos resistência -, e de pelo claro, já que os especialistas acreditavam que assim seria mais fácil enxergá-lo no monitor. Por questões de dimensão e higiene era preferível que fosse uma fêmea para facilitar a colocação do sistema sanitário.

Mas aquele era um voo sem retorno. O aparelho projetado tinha um depósito de comida, mas o sistema de circulação de ar tinha sido programado para funcionar por sete dias e não permitia o retorno à Terra.

Ao todo, três cachorrinhas eram candidatas ao posto: Albina, que tinha dois voos suborbitais na carreira, a novata Muja e a também principiante Laika. Albina foi poupada em virtude dos serviços já prestados à ciência. Muja tinha as patas dianteiras ligeiramente arqueadas e isso não favorecia as imagens. Laika foi a escolhida.

“Era importante fazer de tudo para o futuro voo do homem ao espaço. Era preciso um ensaio, eram necessários sacrifícios, mas, antes de Laika partir, até eu chorei. Todos sabíamos que ela morreria e pedimos perdão”, lembrou a médica Adilia Kotovskaya, em entrevista ao jornal “Rossiyskaya Gazeta”.

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