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  • outubro 20, 2017

Asfalto entre Piraputanga e Camisão vai impulsioncar ecoturismo na região

 Asfalto entre Piraputanga e Camisão vai impulsioncar ecoturismo na região

Campo Grande (MS) – Com conclusão prevista para agosto de 2018, a pavimentação do último trecho (18,7 km) de estrutura primária da MS-450, a estrada-parque entre os distritos de Palmeiras (Dois Irmãos do Buriti) e Camisão (Aquidauana), realiza mais do que um sonho dos moradores desse lugar cercado pela natureza. A chegada da infraestrutura, garantindo acesso fácil, vai mudar radicalmente a economia local com o impulso ao turismo.

A obra de R$ 17,6 milhões autorizada em 15 de agosto pelo governador Reinaldo Azambuja, em visita a Aquidauana, começa a mudar o cenário de uma região também de produção agropecuária. O primeiro trecho – Camisão ao centro de Piraputanga – já está sendo executado, com 8 km de terraplenagem concluídos. É grande a movimentação de máquinas e operários para superar obstáculos naturais e cumprir o prazo de entrega.

“Vamos construir aqui uma das estradas ecológicas mais belas do Estado e do País”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja, ao assinar a ordem de serviço para o asfaltamento dos 18,7 km, em ato público em Piraputanga há dois meses. Uma obra considerada emblemática para o governador, pela beleza e valor ambiental da estrada e sua importância para desencadear o desenvolvimento de uma região de grande potencial para o ecoturismo.

O sonho da dona de casa
Com 55 km de extensão, do trevo com a BR-262 ao centro de Aquidauana, a MS-450 é o principal acesso aos distritos privilegiados pelos recursos naturais situados no entorno dos paredões de arenito da Serra de Maracaju cortados pelo Rio Aquidauana, que dividem planalto e planície. O local é muito visitado por pescadores e amantes de esportes radicais, como ciclismo e escaladas, e conta com estrutura de hotéis, pousadas e pesqueiros.

Em duas frentes de trabalho, o serviço avança rapidamente, criando uma expectativa muito grande nos moradores em relação a chegada de novos empreendimentos turísticos e mais empregos para quem ali vive. A dona de casa Maria Amélia da Silva, 55, que reside no fim do antigo asfalto, na saída de Piraputanga para Camisão, planeja associar-se com uma empresária para montar uma agência de turismo em sua casa, que já foi um bar.
“Esse asfalto novo vai melhorar tudo”, diz ela, que hoje divide seus afazeres entre a rotina do lar e o sítio da família, no Córrego das Antas, onde pretende também criar atrativos turísticos de trilhas e contemplação. “Vai ser bom pra todo mundo, mais oportunidade de renda”, comenta a futura empreendedora. “A gente esperou esse asfalto a vida inteira. Vai melhorar também o acesso a Aquidauana. Quando chove, minhas filhas não podem ir à 
escola.”

Região atrai investidores
Quem já operou na atividade turística e desistiu, como o aposentado paulista Gilberto Rodrigues, 83, da Chácara São Gabriel, também animou-se com o asfalto da MS-450. “Estou pensando em reabrir a pousada, deixando para os filhos tocar”, planeja, no sossego de seu sítio à beira do Rio Aquidauana. “O turista quer conforto e esse asfalto vai atrair muita gente. Hoje nosso turismo é ainda incipiente porque faltava infraestrutura”, explica.
Os exemplos de Maria Amélia e seu Gilberto demonstram a certeza de uma mudança significativa em Palmeiras, Piraputanha e Camisão com os investimentos do Governo do Estado – os recursos para a MS-450 são do Fundersul. O presidente do Conselho de Turismo de Aquidauana, vereador Youssef Saliba, informou que o município já está sendo procurado por empresários do setor interessados em investir em hotelaria na região.
“A notícia do asfalto, aguardado há mais de 30 anos, não repercutiu apenas para os moradores e produtores, nossa região virou uma vitrine para quem trabalha com turismo e aposta no nosso potencial”, diz com entusiasmo Saliba.

Pólo de lazer ao lado da Capital
Um dos empresários que já atua na região e pretende voltar a investir é Gilberto Artero, da Pousada Sol Amarelo, maior empreendimento local, situado em Piraputangas. “A acessibilidade é fundamental para a região, onde o turismo está em evolução”, comenta. “Com certeza, o número de visitantes vai crescer e com o asfalto e essa demanda vêm mais serviços, tudo evoluirá para sedimentar o turismo na estrada-parque”, aposta Artero.

Compactuando desse otimismo, o dono da Chácara Bela Vista, uma pousada com 14 leitos margeando o Rio Aquidauana, Jaime Negrão Perico, 71, afirma que a chegada da infraestrutura vai coroar o trabalho “formiga” que a prefeitura e o conselho de turismo de Aquidauana vem realizando para promover a região. “Vamos nos consolidar como polo de lazer e de um turismo único, com trilhas, rapel, contemplação, a 100 km de Campo Grande”, diz ele.

Segundo Jaime, que mora na pousada com a esposa, Mara, Piraputanga e região se tornaram um atrativo de fim de semana do campo-grandense e hoje sedia competições nacionais de canoagem, stand up paddle e outros esportes radicais. “O nosso grande divulgador é o turista que nos visita e o acesso é tudo. A estrada, mesmo com boa manutenção, danifica o carro, tem atoleiro na chuva; sempre foi um fator limitador do turismo”, conta.

 
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