- novembro 15, 2022
15 de Novembro – Proclamação da República
“15 de novembro é uma data importante no Brasil, pois nesse dia comemora-se a Proclamação da República. Esse evento aconteceu em 1889 e foi resultado da mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada no país desde 1822. A partir de um golpe, a república foi instaurada no Brasil e a família real foi expulsa.
A Proclamação da República foi resultado de uma longa insatisfação dos militares com o governo monárquico. Os historiadores tratam esse acontecimento atualmente como um golpe por ter sido uma transição de regime forçada e sem a participação popular. Atualmente o 15 de novembro é considerado feriado nacional.”
Entenda por que 15 de novembro é feriado no Brasil
Data celebra a Proclamação da República, mas seu significado ainda confunde e necessita de certo esforço de memória para muitos brasileiros
Pintada em 1893, por Benedito Calixto, o quadro “Proclamação da República” encena o cerco feito por Marechal Deodoro ao Visconde de Ouro Preto. (Benedito Calixto/Domínio Público)
Rafael Silva
Repórter
rfreitas@redegazeta.com.brNo entanto, não é mistério para historiadores que a data, embora seja feriado nacional, seja a de menor lembrança para os brasileiros, se comparada com outras datas com o mesmo status, como o Dia da Independência ou o Dia do Trabalho. De acordo com a ferramenta de buscas do Google, o termo “Feriado” e a pergunta “O que se comemora em 15 de novembro?” são os mais buscados na internet brasileira.
O 15 de novembro faz alusão ao dia em que os militares derrubaram a monarquia, em 1889, e instituíram a república, expulsando a família real do Brasil. Naquela época, o então imperador Dom Pedro II, com 63 anos, vivia uma crise política com a insatisfação dos ex-escravistas, que se sentiam prejudicados com a abolição da escravatura, um ano antes, em 1888. Além disso, o império passava por dificuldade fiscal, devido aos gastos com a Guerra do Paraguai.
Entenda por que 15 de novembro é feriado no Brasil.
O jornalista e escritor Laurentino Gomes é autor do livro “1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil”. Para ele, a aparente “facilidade” com que se derrubou um regime e se deu início a outro na manhã de 15 de novembro, sem reação popular, sem tiros e sem protestos, reforça o mito de que as mudanças políticas ocorrem sempre de maneira pacífica no país. Mas não foi bem assim.
Além da pressão dos ex-escravistas, havia um intenso clamor de intelectuais republicanos pelo fim da monarquia para a construção de um futuro glorioso, com menos injustiça e mais oportunidades gerais. Massas pobres de analfabetos e recém-saídos da escravidão, viviam as promessas de que, a partir dali, agora os brasileiros teriam voz e voto.
Gomes acredita que a forma como se processou a troca de regime criou um fenômeno de indiferença coletiva com a tão sonhada República.
“O sangue que deixou de correr em 1889 verteu em profusão nos dez anos seguintes, resultado do choque entre as expectativas e a realidade do novo regime. No sul, os dois anos e meio de combates da Revolução Federalista (1893-1895) custaram a vida de mais de 10 mil pessoas. No sertão da Bahia, o sacrifício épico da vila de Canudos e de seu líder Antônio Conselheiro (1896-1897) resultou na morte de outras 25 mil pessoas”
Laurentino Gomes
•Jornalista e escritor
A República instaurada em 1889 era bastante parecida com os últimos anos do Império. No lugar dos barões do café do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, entravam os fazendeiros do Oeste Paulista e de Minas Gerais. “Quem mandava era a mesma aristocracia rural que havia dado as cartas na época da Monarquia”, escreveu Laurentino Gomes.
Na prática, a destituição da família real, personificada na figura de Dom Pedro II, foi uma medida conveniente para legitimar o novo regime, coordenado pela mesma aristocracia. As ideias republicanas, como os ideais de democracia e igualdade, não morreram por ali. Os motins que se deram durante o período da República Velha, até 1930, e durante a Era Vargas, que durou até 1945, são o tempero que dão sabor à chamada “República populista”, período que se estende de 1945 a 1964, e se completa da redemocratização pós-ditadura militar, de 1985 até a atualidade, a chamada “Nova República”.
Veja mais sobre “15 de novembro – Dia da Proclamação da República” em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-proclamacao-da-republica.htm
Fonte: https://www.agazeta.com.br/